O consumismo que afeta o indivíduo alterando a sua visão de mundo, os seus valores, os seus objetivos e a sua identidade, afeta e prejudica a Igreja também, porque a igreja é formada por indivíduos. Numa Igreja de consumistas, a Palavra de Deus deixa de ser regra de fé e prática e dá lugar às doutrinas do consumismo que passam a reger o rebanho de Supremo Pastor. Isto pode acontecer em várias áreas de competência da Igreja, mas nesse texto menciono apenas a questão da mensagem a ser proclamada.
O evangelho descrito na Bíblia é a mensagem que a Igreja deve levar ao mundo. Este evangelho, fundamentalmente, constitui as boas novas necessárias ao perdão dos pecados diante de um Deus todo santo, que revela o seu amor aos homens por meio de Jesus Cristo e de sua cruz.
Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores (1 Tm 1.15). Esta mensagem compreende a estrutura dos princípios morais centrados em Deus para o mundo e define o que é bom em termos de moral. A cultura do consumismo desenvolveu-se em uma sociedade incrédula, secularizada, que abandonou as categorias da moral absoluta. Ela redefiniu o que é bom como uma entidade terapêutica. É isto que faz com que as pessoas se sintam melhor e promove a cura. Há, conseqüentemente, uma grande pressão sobre os pastores para que mudem a mensagem da Igreja, reformulando-a de acordo com os termos centrados no homem. Esse novo evangelho consideraria a salvação primeiramente em termos de realização pessoal em vez de salvação proveniente da ira justificada de Deus que condena o pecado. Esse tipo de mensagem encara o homem como uma vítima, em vez de um agente do pecado que precisa arrepender-se. Por fim, esta é a mentalidade na qual o próprio Deus é visto como um item de consumo, que é arrancado do armário quando nos sentimos feridos ou necessitados e guardado novamente quando não mais precisamos Dele.
Segundo o autor John Benton, no livro Cristãos em uma Sociedade de Consumo, é isso que o consumismo faz com a Igreja. Ele afeta violentamente a mensagem que nós, os cristãos, devemos anunciar aos homens perdidos e carentes do amor de Deus. Por isso devemos fugir do consumismo.
Que o povo de Deus tenha discernimento e domínio próprio. E que o Senhor Jesus nos abençoe e conduza os nossos pés na busca de santidade e consagração, como testemunho de que aprendemos a viver contente em toda e qualquer situação.
Rev. Adair Ordontis Dias